Quarto de bebê: 6 dicas de como montar um ambiente seguro para gestantes e bebês

Com a vinda de um novo integrante para a família, pais e mães passam a se dedicar para deixar tudo pronto para a hora do nascimento. Estocam fraldas descartáveis, escolhem roupinhas, leem livros sobre maternidade e, claro, montam um quarto bonito, aconchegante e planejado com muito amor em cada  detalhe. Mas, nessas horas, além de pensar no enfeite da porta e na cor da decoração, é preciso se preocupar também em construir um ambiente saudável para o desenvolvimento do bebê.

“As autoridades internacionais alertam, já há algum tempo, sobre o excesso de substâncias nocivas que estão presentes em quartos de bebê. Sem a preocupação de construir um ambiente verdadeiramente saudável, estamos negligenciando os cuidados com a saúde daqueles que mais amamos”, explica Allan Lopes, fundador e diretor global da Healthy Building Certificate (HBC). A HBC é uma empresa especialista na consultoria e certificações de construções, profissionais e produtos saudáveis que atua no Brasil e nos Estados Unidos.

Foto: Omurden Cengis / Unsplash

Podendo causar alergias, doenças respiratórias, problemas para dormir, estresse e incômodo para o bebê, e até mesmo, em casos extremos, abortos espontâneos, as substâncias nocivas que o especialista se refere podem ser encontradas em produtos comuns utilizados nos dormitórios dos pequenos, como tintas, papéis de parede, carpetes, móveis e colchões. Pensando em garantir a saúde do bebê desde a gestação, os profissionais da HBC listaram algumas dicas que vão te ajudar a montar um quarto salutar, seguro e que garanta o desenvolvimento pleno da criança. Confira!

1. Atenção com a qualidade do ar interno

Ambientes arejados e livres de substâncias tóxicas são importantes, principalmente nos primeiros anos de vida de uma criança, para evitar problemas respiratórios como asma, bronquite e rinite. | Foto: Caroline Hernandez / Unsplash 

O ar é essencial para que haja vida, por isso, se preocupar com a sua qualidade é o primeiro passo para a busca de um ambiente mais saudável desde os primeiros momentos da infância. “Em nossa certificação, analisamos sempre a presença de Compostos Orgânicos Voláteis. Eles são poluentes perigosos, sendo que alguns deles são tóxicos e cancerígenos”, discorre Marcos Casado, CEO da HBC no Brasil.

O profissional ainda esclarece que a inalação destes compostos, comumente encontrados em tintas, solventes, vernizes, colas para piso e papéis de parede, podem produzir efeitos adversos e diretos na saúde humana, principalmente quando há exposição em concentrações elevadas e por um longo período. Para gestantes e fetos, uma má qualidade do ar pode significar, em casos extremos e mais graves, aborto não intencional e bebês nascidos abaixo do peso, um dos fatores responsáveis pela causa de mortalidade infantil.

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Para evitar este tipo de problema, Marcos orienta que sejam evitados estes produtos no cômodo. “Entendemos que a estética é importante e está ligada as sensações de bem-estar, mas precisamos pensar em como aliar a beleza e a saúde. Investir em produtos naturais é sempre a melhor alternativa”, argumenta Marcos.

Por isso, na hora de escolher a tinta para pintar o quartinho do bebê, opte por aquelas que são livres de elementos tóxicos e à base de água. Para os móveis e colchões, que também podem ser grandes vilões, a dica é a mesma: invista em peças de madeira certificada e colchões com fibras naturais. Ah, e não esqueça de deixar o quarto sempre bem arejado, isso evita o acúmulo de fungos e bactérias.

2. Livre-se dos campos eletromagnéticos

Com os aparelhos eletrônicos longe do quarto, o bebê terá mais estímulos e vivências ligadas ao mundo real. Crianças desconectadas fazem ainda mais sinapses. | Foto: Corinne Kutz / Unsplash

Emitidas por eletrodomésticos e eletrônicos, as ondas eletromagnéticas estão presentes em todo o nosso cotidiano e, aparentemente, de acordo com o senso comum, são tidas como inofensivas para o organismo humano, mas não é bem assim que funciona. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% da população mundial é considerada eletrossensível e sofre com os efeitos das ondas no organismo. Os sintomas mais comuns são irritabilidade, insônia e dores de cabeça.

“Hoje em dia, sabemos que é praticamente impossível estar 100% livre das ondas, mas precisamos ter em vista que quanto menos expusermos os pequenos a elas melhor. Por isso, nada de eletrônicos no quarto. Tenho certeza que crianças, principalmente em seus primeiros anos de vida, não sentirão nenhuma falta deles”, orienta Allan. Dentre os malefícios de um quarto com muitos aparelhos eletrônicos estão a propensão para o desenvolvimento de distúrbios do sono, alterações de comportamento e disfunção de desenvolvimento dos movimentos finos.

3. Móveis e utensílios

Investir em móveis de madeira certificada pode ser mais oneroso. Mas além de oferecerem maior durabilidade, ainda são alternativas mais saudáveis. | Foto: Eugenivy Now / Unsplash

Uma boa pedida na hora da escolha dos móveis é investir em peças com o máximo de componentes naturais possível. “Ao definir o mobiliário, recomendo evitar itens que apresentem cola em sua composição ou montagem. Estes materiais, muitas vezes, são tóxicos e nocivos à saúde da gestante e do bebê”, complementa Casado. A alternativa salutar é elaborar a disposição do dormitório com móveis de madeira que possuam certificados FSC ou Cerflor com documento de origem florestal da madeira.

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Outra dica é manter o quarto o mais fluído possível e sem excesso de móveis. A disposição de cada um deles pode influenciar de forma positiva ou negativa na vida e, principalmente, no sono do bebê. Opte também por deixar espaço para circular livremente, assim a rotina na hora dos cuidados com a criança se tornará mais descomplicada também. Menos sempre é mais!

4. Ambiente silencioso = bebê calmo e feliz

De acordo com estudos divulgados pela Academia Americana de Pediatria, o excesso de barulhos no ambiente pode ocasionar diversas complicações clínicas para fetos e recém-nascidos. “Por se tratar de uma fase de desenvolvimento, os malefícios podem ser vistos e sentidos muito mais rápido do que em adultos, por exemplo”, explica Lopes. Perdas auditivas, problemas de sono e restrição de crescimento podem ser apenas algumas das doenças que bebês estão expostos ao conviver diariamente com ruídos.

Para evitar que isso aconteça, desenvolva um quarto livre dos barulhos externos. Se possível, escolha o cômodo que fica mais longe da rua para o dormitório do bebê.

5. Iluminação

Iluminação baixa e confortável é a receita certa para um bebê tranquilo. | Foto: Omar Lopez / Unsplash

“Somos expostos a iluminação durante todo o dia e, para garantir um bom sono, tanto para o bebê quanto para a mamãe, é necessário escolher as lâmpadas certas e adequar a iluminação. Assim, a luz pode promover benefícios como a produção de hormônios do crescimento, melatonina e vitamina D”, garante Marcos. Evite luzes fortes e brancas, principalmente no primeiro semestre de vida da criança. Além de ser mais confortável aos olhos, lâmpadas amarelas provocam uma sensação mais relaxante.

6. Hora da limpeza

A limpeza do quarto do bebê é extremamente necessária, mas atente-se aos produtos utilizados. Elimine o uso de produtos com fragrâncias, que são propensos a dar alergia e invista em receitas mais naturais. “Costumamos brincar que não há nada que o vinagre, água e álcool não dêem conta”, diz Allan.

Outros itens vetados são os carpetes, tapetes muito felpudos e ursos de pelúcia por acumular poeira e não ser prático de limpar. “Evite entulhar muitos objetos no quarto só pensando na estética, sem levar em consideração a manutenção diária do cômodo.  A vida com um bebê precisa ser descomplicada e saudável”, finaliza o especialista.

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